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sábado, 29 de setembro de 2012

 Depressão – O Mal da Nova Era

Muita das vezes fico imaginado, quantas e quantas pessoas nesse exato momento estão chorando, se lamentando, se afundando nessa terrível tristeza e amargura que é a depressão.
Já vi e ouvi muita gente dizer, que depressão é frescura, coisa de gente preguiçosa , e etc. Mas eu como prova disso, digo que a depressão é o pior mal que atinge e atingirá infelizmente as gerações futuras.
Ela muita das vezes começa com o isolamento, depois a tristeza profunda,solidão, falta de auto estima, sentimento de inferioridade e em muito dos casos o desejo de suicídio.
No meu caso, após um relacionamento fracassado, veio minha derrota. Passei exatos dois anos me lamentando, cheia de mágoa, mas ainda tinha motivação para muitas coisas. Mas também, muitas coisas que eu gostava deixei de fazer, como escrever, que era  e continua sendo meu hobby preferido
Mas a uns seis meses comecei a me sentir só, excluída, mas muita das vezes eu preferia me excluir das atividades em grupo, dos amigos, enfim, me isolei.
Minha tristeza só aumentava, a solidão era profunda, chorava o dia todo sem motivo aparente, e realmente eu não tinha motivação pra nada. A única coisa que eu ainda fazia era trabalhar, e fazia isso muito mal.
Na verdade ,eu nunca gostei de deixar transparecer minha situação, melhor dizendo, minha doença. Poucos sabem sobre minhas crises depressivas, é assim que eu descrevo, pois tinha dias que eu estava muito ruim, e tinha dias que me sentia um pouco melhor, mas a tristeza profunda ainda prevalecia.
Tem um mês que fui ao psiquiatra e relatei tudo o que sentia, mas fiz isso com a ajuda de um rascunho que fiz, pois eu tinha muita falta de memória. Era como se minha mente não guardasse as informações necessárias.
O psiquiatra me receitou um antidepressivo e um remédio pra dormir, pois tenho muitas crises de insônia, mas faço uso moderado, pois o medicamento em excesso pode causar dependência.
Nesse mês , devo confessar que tive uma boa melhora. Aos poucos estou ganhando forças para recomeçar. Jamais pensei em suicídio, pois como sou adepta da Doutrina Espírita Kardecista, sei que o suicídio não resolve os problemas, muito pelo contrário, eles só aumentam.
Voltei a ter fé novamente. Me sinto melhor a cada dia. Deus não desampara seus filhos em momento algum, mas depende de nós o esforço para que saiamos dessa terrível doença.
Eu realmente sei que é muito difícil sair da depressão. Ainda mais nos dias de hoje, em que as pessoas não se importam mais com seus semelhantes.
Com toda correria que existe no dia-a-dia , as pessoas vão se distanciando cada vez mais umas das outras, e isso contribui muito para que a doença apareça.
Geralmente estamos cercados por pessoas que não nos entende, e pouco sabem a respeito da doença. Ou seja, estão despreparados para nos ajudar.
Mas lhes digo amigos, “a fé remove montanhas”. Por isso não desanimem, procure ajuda com um psiquiatra. Se seus familiares não te ajudam, procure um bom amigo para te auxiliar. Sempre existe alguém disposto a te ajudar. Tenha fé, pois isso é muito importante.
A depressão tem cura sim. Os problemas podem sim ser resolvidos. Não desanimem.
“ Deus nos dá a vida, mas a construção é de responsabilidade de cada um.” 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Os Caramujos




Me lembro bem, quando eu tinha 5 anos de idade, no exato ano de 1993, meus pais foram para Goiás na divisa com Mato Grosso garimpar numa certa região.
 O acesso até lá era muito difícil, pois na estrada havia muita areia, o que dificultava nossa locomoção, pois meu pai me carregava num caixote em cima de uma bicicleta.
Durante o trajeto duas coisas me marcavam muito. A primeira era uma escolinha feita de folhas de coqueiro e barro na beira da estrada. Tinha algumas cadeiras velhas do lado de fora, mas isso pra mim não importava, por que eu sempre passara ali com meus pais, e sempre tinha esperança de ver sequer um aluno, uma criança, mas isso nunca chegou a acontecer.
A segunda coisa que me marcava muito, era uma Flor de Hibisco. Ela era única em meio ás folhas de árvores. E por incrível que pareça, sempre que eu passava nesse trecho da estrada, lá estava ela toda majestosa, embelezando o caminho. Era vermelha, muito linda.
Morávamos num ranchinho feito de folhas de coqueiro, muito humilde. Tinha um pequeno lago que passava ao lado e tinha uma árvore a uns 5 metros de frente ao nosso ranchinho.
Em baixo da árvore eu encontrava conchas de caramujos. Mas não uma concha qualquer...ela era branca com bordas cor-de-rosa. Tinha muitas delas lá.
Enfim, eu acreditava que caramujos davam em árvores, e depois de “ maduros “ caíam as conchas. Engraçado isso, mas eu acreditava. Tamanha era minha inocência, perante as dificuldades que meus pais enfrentavam para conseguir achar uma pedrinha de diamante para que nos alimentássemos nos dias seguintes.
Lembro claramente de ver meu pai garimpando e muito ao longe uma igrejinha. Todos os dias no mesmo horário, mais ou menos umas 18:00 hs , dava pra escutar os badalos do sino da igrejinha.
Mas hoje eu sei da importância da humilde escolinha na beira da estrada, e sei que muitas crianças daquele lugar nunca frequentaram uma escola com recursos para o bom aprendizado, mas com certeza tiraram algo de bom daquele lugar.
E também entendi, que apesar de toda dificuldade e sofrimento que há em nossas vidas, há também uma Flor de Hibisco a nos dar o prazer de sua beleza, e de que todo sofrimento é necessário para nossa evolução.
E agora sei que caramujos não dão em árvores. E que aquelas conchas estavam ali para me alegrar e me entreter enquanto meus pais trabalhavam.
Nada é por acaso. Para tudo há um motivo.O que antes eu via como lembranças ruins, hoje vejo como bênçãos.
Na nossa inocência, acreditamos em coisas sem sentido, como acreditar que nuvens eram algodão doce. Isso mostra que Deus cuidou muito bem da minha infância, pois pude acreditar no que eu quisesse. E que apesar das fantasias, por trás disso tudo havia a riqueza da vida, o prazer das descobertas, a beleza da natureza que Deus deu ao homem para alegrá-lo e a esperança por dias melhores, que realmente chegaram.